Governo estuda nova administração do FGTS; Entenda os impactos


Postada em : 10/10/2019

Governo estuda nova administração do FGTS; Entenda os impactos

Parte da equipe econômica do Governo pretende acabar com o monopólio da Caixa em relação a administração dos recursos do FGTS.  

Hoje, a Caixa Econômica Federal cobra uma taxa de 1% para administrar os quase R$ 550 bilhões do Fundo que é usado para o financiamento de projetos de infraestrutura, saneamento e habitação, como o Minha Casa Minha Vida. Em 2018, isso significou um pagamento de R$ 5,1 bilhões ao banco estatal.

Defensores da ideia alegam que outros bancos poderiam cobrar menos pela administração e oferecer maior retorno aos trabalhadores com outros tipos de aplicação. Para Igor Vilas Boas de Freitas, diretor do departamento do FGTS do Ministério da Economia, “não dá para um país do tamanho do Brasil contar com um banco só".

De acordo com o economista Jair Casquel Junior, a conta cheia do FGTS daria pouco mais que um mês de salário para cada ano trabalhado. Isso porque são 8% do salário mensal, o que dá 96% ao ano, mais 3% de juros se fizer capitalização composta. 

A ideia, segundo Jair, era que o funcionário trabalhasse na mesma empresa e saísse com uma reserva de 35 salários mínimos, mas isso não aconteceu.

“Uma solução seria propor ao trabalhador a aplicação em outro tipo de conta, por exemplo, em fundos de renda fixa. Contudo, é preciso pensar como ficariam os recursos para financiar habitações”, explica.

Ou ainda, outro ponto de alteração seria deixar o trabalhador sacar o recurso quando ele se desligar da empresa. Ou seja, dar a possibilidade de sacar o recurso também quando ele pedir demissão, “isso acabaria com grande parte dos problemas trabalhistas do país.”

Para o economista, ainda não dá para ter certeza que a troca de gestão aumentaria a remuneração da população. “Os bancos não vão mudar de postura enquanto não tiver concorrência, pulverização no mercado e rivalidade e disputa por cliente.”

O especialista explica que é muito provável que, com a chegada das plataformas virtuais, os bancos tradicionais precisem fazer uma revisão das suas políticas tarifárias. Afinal, atualmente, a população mais pobre é a que paga mais tarifas, já que os ricos conseguem isenção acima de uma certa movimentação. “O certo seria fazer uma gestão correta do FGTS, tanto pública quanto privada”, finaliza.

Caixa

Preocupada, a Caixa  negocia com o Ministério da Economia uma redução da taxa de administração do FGTS. Uma das propostas em análise é reduzir a taxa para 0,8%. Em 2018, o FGTS pagou R$ 5,1 bilhões ao banco do governo federal de taxa de administração. Se fosse com a nova taxa, teria recebido R$ 4,08 bilhões.

 

Fonte: Portal www.contabeis.com.br